EDITORIAL
Política essencial ao meio ambiente
Tem merecido destaque e cada vez
mais atenção uma questão fundamental ao meio ambiente, que se constitui em
difícil desafio a ser superado pelas cidades em todo o Brasil. Trata-se do
acúmulo de resíduos sólidos, o que demanda destinação adequada, tarefa que
não tem se mostrado nada fácil. Enquanto em muitos locais não se adotam as
soluções corretas, o que se vê são aterros sanitários que se tornam obsoletos
rapidamente e, pior, lixões que ocupam a paisagem urbana e contaminam solo e
fontes de recursos hídricos.
A gravidade da situação já foi
assinalada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que afirmou em
audiência pública que os resíduos sólidos são talvez o principal problema
ambiental do País na atualidade, associado ao tratamento de esgoto. Para
fazer frente a esse cenário, ela defendeu a aprovação do projeto de lei em
tramitação no Congresso Nacional que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos.
Ainda de acordo com a ministra, esse
traz propostas estratégicas para a eliminação dos lixões no País, a
implementação de aterros sanitários e a substituição dos depósitos a céu
aberto por consórcios municipais, especialmente em cidades de pequeno e médio
porte. E ainda a utilização do lixo para a geração de energia elétrica.
Ponto importante na proposta é o
incremento da reciclagem, o que reduz a pressão sobre o ambiente, melhora a
qualidade de vida e gera renda. O potencial nesse campo é enorme, tendo em
vista que 80% da população brasileira vive em cidades e cerca de 40% do lixo
urbano no Brasil pode ser reaproveitado. No entanto, menos de 10% dos
municípios possuem coleta seletiva. Outro setor que tem muito a avançar é o
da construção civil, que gera quantidade enorme de resíduos que, muito
frequentemente, podem ser reutilizados. Com isso, diminui-se a geração de
lixo e a exploração de recursos naturais.
Há décadas o Brasil discute, sem
sucesso, a necessidade de uma política para lidar com o lixo. A maior
consciência social sobre o tema e também a gravidade da questão deveriam
funcionar como um estímulo para que finalmente se implementem regras que
favoreçam as medidas necessárias. O PL deve ser debatido com a sociedade e
entre os parlamentares e aprimorado para então ser aprovado. Porém, as
providências são urgentes, não é possível mais protelá-las. E, superada a
fase da criação da legislação, é essencial que ela seja efetivamente colocada
em prática.
A passagem do Dia do Meio Ambiente,
comemorado em 5 de junho, seria uma boa oportunidade para agilizar a matéria.
Eng.
Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente |
Artigo
É preciso pensar no meio ambiente
Durante muitos anos, utilizamos os
recursos naturais para suprir as nossas necessidades e, com isso, causamos
muitos prejuízos ao meio ambiente. A educação ambiental não é papel apenas das
escolas e universidades, esse conhecimento pode ser expandido para a sociedade,
as empresas, as indústrias...
O elemento mais delicado desse processo é a mudança de atitude e o início de uma conscientização coletiva sobre a importância do meio ambiente em nossas vidas e de que maneira diminuir essa agressão. É claro que todas essas mudanças devem ser realizadas de maneira gradativa, contínua e efetiva.
O elemento mais delicado desse processo é a mudança de atitude e o início de uma conscientização coletiva sobre a importância do meio ambiente em nossas vidas e de que maneira diminuir essa agressão. É claro que todas essas mudanças devem ser realizadas de maneira gradativa, contínua e efetiva.
Percebemos todos os dias a evolução da
tecnologia. Em algum momento paramos para pensar para onde vai o produto depois
que ele é descartado? E qual a consequência desse ato perante o meio ambiente?
Há poucos dias, foi noticiado um derramamento de petróleo no Golfo do México,
mas o que se falava era sobre o prejuízo financeiro que esse desastre causaria
para a economia. E o prejuízo para o meio ambiente? Quantas espécies morreram e
ainda vão morrer por causa dessa poluição, a água contaminada, as espécies
ameaçadas? Quanto tempo vai levar para a natureza se recuperar? E algum dia esse
processo vai se concretizar?
Algumas pessoas têm o hábito de separar seus resíduos sólidos. Mas será que adianta separar o lixo, se não temos lixeiras apropriadas para esse recolhimento, e muito menos um local apropriado para o seu processamento? Às vezes, tem-se a boa vontade, mas o que falta é estrutura para conservar esses bons hábitos. Assim como há uma preocupação com educação, saúde, segurança, também deveria haver uma preocupação com as questões ambientais.
Algumas pessoas têm o hábito de separar seus resíduos sólidos. Mas será que adianta separar o lixo, se não temos lixeiras apropriadas para esse recolhimento, e muito menos um local apropriado para o seu processamento? Às vezes, tem-se a boa vontade, mas o que falta é estrutura para conservar esses bons hábitos. Assim como há uma preocupação com educação, saúde, segurança, também deveria haver uma preocupação com as questões ambientais.
Cada um precisa fazer a sua parte. Por
menor que seja sua contribuição, extinguir aquele pensamento de que “se o outro
não fizer, eu também não vou fazer”. É preciso pensar que esse bem é para o
meio ambiente e, consequentemente, para todos nós.
Infelizmente, algumas indústrias visam
ao lucro a qualquer preço, poluem, desmatam, extinguem e não se importam com o
dano ambiental e tampouco têm ciência que esse desequilíbrio irá afetar as suas
vidas, em um futuro muito próximo. Por isso, fiscalizar e punir é essencial
para que se tenha essa preocupação ambiental, pois se a consciência por si só
não é despertada, é por meio do “bolso” que, infelizmente, pode-se ou não
despertar o interesse pelo meio ambiente onde vivemos e é tão necessário para
nossa sobrevivência.
CARINE
NIEDERAUER|Graduada em Ciências Biológicas
Crônica
Educação Ambiental e
Meio Ambiente
Bread Soares Estevam [1]
Ainda, predomina em
nossa sociedade, uma concepção "conservacionista" de meio ambiente
sendo visto ele, somente como "natureza". Essa visão vem cedendo
espaço a uma concepção mais abrangente que convencionou a ser denominada de
"socioambiental", entendendo o meio ambiente como a interação da
natureza e com as sociedades humanas.
O meio ambiente é concebido
como produto transformado e habitado pelo ser humano da qual esta espécie é
parte integrante do complexo sistema ecológico e cultural que é o Planeta
Terra. O ambiente é percebido como um produto gerado e construído pela
sociedade ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço.
De acordo com a
educadora ambiental Paula Brugger: "...
existe um consenso de que o conceito de Meio Ambiente deva abranger uma
totalidade que inclui os aspectos naturais e os resultantes das atividades
humanas, sendo assim o resultado da interação de fatores biológicos, sociais,
físicos, econômicos e culturais".
Paralelamente,
conforme o educador ambiental Marcos Reigota, Meio Ambiente é: "um lugar determinado e/ou
percebido onde interagem relações dinâmicas e em constante mutação e fusão os
aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação
cultural e tecnológica e processos históricos e políticos de transformação da
natureza e das sociedades humanas".
Dessa forma, a
Educação Ambiental, ao incluir a dimensão social em sua abordagem a cerca do
conceito de meio ambiente, passa a considerar os processos sociais como
aspectos fundamentais em suas práticas educativas.
A partir dessas
considerações, concebemos a Educação Ambiental como um campo de saberes e
práticas, princípios e valores que remetem a um projeto de transformação da
sociedade em níveis, econômico, político, cultural, social e ambiental, visando
construir uma sociedade nos seguintes pilares: desenvolvimento econômico, justiça
social, conservação ambiental, preservação do patrimônio cultural e
espiritualização psicológica.
Dentro dessa
diretriz, as práticas educativas resultantes da Educação Ambiental aqui
relatada priorizam a abordagem dos aspectos socioculturais e político-econômicos,
inerentes à questão ambiental, buscando o desenvolvimento de uma consciência
crítica, comprometida com um projeto de transformação das sociedades humanas.
Ao evidenciar as
causas da problemática ambiental e não apenas se deter em suas conseqüências, a
Educação Ambiental implica mudança de valores e uma nova visão de mundo,
ultrapassando, em muito, o universo meramente da preservação da natureza.
Conforme o educador
ambiental Antônio C. Teixeira: "a
educação ambiental é um conjunto de ensinamentos teóricos e práticos com o
objetivo de levar à compreensão e de despertar a percepção do indivíduo sobre a
importância de ações e atitudes para a conservação e a preservação do meio
ambiente, em benefício da saúde e do bem-estar de todos".
A Educação Ambiental
é um campo do conhecimento que privilegia a construção de práticas que permitem
o cidadão a pensar e agir de forma consciente, orientando para o entendimento
dos processos interativos entre sociedade e natureza. Ou seja, entendendo o
Meio Ambiente como construção da história coletiva dos seres humanos e dos
não-humanos, e, assim, podendo desenvolver-se de forma consciente de seu papel
nas ações, relações e incursões no meio ambiente.
A Educação Ambiental
proposta aqui incorpora valores relativos à proteção socioambiental, ao mesmo
tempo em que também considera as questões socioeconômicas e culturais, tendo
sua diretriz voltada, prioritariamente, para a construção da identidade do
sujeito ecológico, da cidadania socioambiental e de uma "sociedade sustentável".
A coluna "Crônica Ecológica" será utilizada como um instrumento de
"Educação Ambiental" conforme as diretrizes aqui abordadas.
Notícia
Orçamento do Meio Ambiente para 2011 preocupa, diz ministra
Claudia Andrade
A ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, aproveitou sua participação em uma reunião do Fórum Brasileiro de
Mudanças Climáticas durante a 16ª Conferência do Clima das Nações Unidas
(COP-16), em Cancún, no México, para expressar sua preocupação com possíveis
cortes no orçamento e sua Pasta para o ano que vem.
"Vou falar com a nova relatora
para não haver corte no orçamento do Fundo Clima", anunciou durante a
abertura da reunião, da qual participaram representantes do governo, da
sociedade civil e do setor privado.
O Fundo Nacional sobre Mudança do
Clima foi regulamentado no final de outubro e prevê um orçamento de R$ 226
milhões para 2011. Desse total, R$ 200 milhões são reembolsáveis, para
empréstimos e financiamentos voltados para a área produtiva e o restante ¿a
fundo perdido¿ para investimento em pesquisa e avaliação do impacto das
mudanças climáticas.
A conversa com a nova relatora do
orçamento, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) - que substituiu Gim Argello
(PTB-DF) após a renúncia do senador por conta de denúncias -, deverá ocorrer na
próxima semana, quando também será realizada outra reunião do fórum, na qual a
ministra deve dizer o que ficou acertado.
A preocupação de Izabella tem como
base a declaração do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que o
Orçamento da União para 2011 sofrerá um corte de R$ 12 bilhões.
"O maior desafio agora é não ter
contingenciamento. Se houver, que isso não seja drástico de maneira a impedir
esse primeiro passo mais estruturante no funcionamento do fundo".
Convergência
A ministra do Meio Ambiente também defendeu uma maior convergência entre o Fundo Clima e o Fundo Amazônia, que capta doações para investimento em prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento.
A ministra do Meio Ambiente também defendeu uma maior convergência entre o Fundo Clima e o Fundo Amazônia, que capta doações para investimento em prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento.
"Precisamos mexer nas regras para
dar mais celeridade e ser mais flexível. O Fundo Clima não pode ficar limitado
às dificuldades que tivemos no início - e ainda temos - no Fundo
Amazônia".
Esta semana, a ministra assinou com o
governo alemão o contrato de doação de US$ 30,6 milhões para o Fundo Amazônia.
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