quarta-feira, 27 de junho de 2012

Trabalhando com os diversos gêneros textuais jornalísticos com abordagem do tema MEIO AMBIENTE.
 EDITORIAL
Política essencial ao meio ambiente




          Tem merecido destaque e cada vez mais atenção uma questão fundamental ao meio ambiente, que se constitui em difícil desafio a ser superado pelas cidades em todo o Brasil. Trata-se do acúmulo de resíduos sólidos, o que demanda destinação adequada, tarefa que não tem se mostrado nada fácil. Enquanto em muitos locais não se adotam as soluções corretas, o que se vê são aterros sanitários que se tornam obsoletos rapidamente e, pior, lixões que ocupam a paisagem urbana e contaminam solo e fontes de recursos hídricos.
         A gravidade da situação já foi assinalada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que afirmou em audiência pública que os resíduos sólidos são talvez o principal problema ambiental do País na atualidade, associado ao tratamento de esgoto. Para fazer frente a esse cenário, ela defendeu a aprovação do projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
         Ainda de acordo com a ministra, esse traz propostas estratégicas para a eliminação dos lixões no País, a implementação de aterros sanitários e a substituição dos depósitos a céu aberto por consórcios municipais, especialmente em cidades de pequeno e médio porte. E ainda a utilização do lixo para a geração de energia elétrica. 
         Ponto importante na proposta é o incremento da reciclagem, o que reduz a pressão sobre o ambiente, melhora a qualidade de vida e gera renda. O potencial nesse campo é enorme, tendo em vista que 80% da população brasileira vive em cidades e cerca de 40% do lixo urbano no Brasil pode ser reaproveitado. No entanto, menos de 10% dos municípios possuem coleta seletiva. Outro setor que tem muito a avançar é o da construção civil, que gera quantidade enorme de resíduos que, muito frequentemente, podem ser reutilizados. Com isso, diminui-se a geração de lixo e a exploração de recursos naturais.
         Há décadas o Brasil discute, sem sucesso, a necessidade de uma política para lidar com o lixo. A maior consciência social sobre o tema e também a gravidade da questão deveriam funcionar como um estímulo para que finalmente se implementem regras que favoreçam as medidas necessárias. O PL deve ser debatido com a sociedade e entre os parlamentares e aprimorado para então ser aprovado. Porém, as providências são urgentes, não é possível mais protelá-las. E, superada a fase da criação da legislação, é essencial que ela seja efetivamente colocada em prática.
         A passagem do Dia do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, seria uma boa oportunidade para agilizar a matéria.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

 
Artigo

É preciso pensar no meio ambiente

Durante muitos anos, utilizamos os recursos naturais para suprir as nossas necessidades e, com isso, causamos muitos prejuízos ao meio ambiente. A educação ambiental não é papel apenas das escolas e universidades, esse conhecimento pode ser expandido para a sociedade, as empresas, as indústrias...
O elemento mais delicado desse processo é a mudança de atitude e o início de uma conscientização coletiva sobre a importância do meio ambiente em nossas vidas e de que maneira diminuir essa agressão. É claro que todas essas mudanças devem ser realizadas de maneira gradativa, contínua e efetiva.
Percebemos todos os dias a evolução da tecnologia. Em algum momento paramos para pensar para onde vai o produto depois que ele é descartado? E qual a consequência desse ato perante o meio ambiente? Há poucos dias, foi noticiado um derramamento de petróleo no Golfo do México, mas o que se falava era sobre o prejuízo financeiro que esse desastre causaria para a economia. E o prejuízo para o meio ambiente? Quantas espécies morreram e ainda vão morrer por causa dessa poluição, a água contaminada, as espécies ameaçadas? Quanto tempo vai levar para a natureza se recuperar? E algum dia esse processo vai se concretizar?
Algumas pessoas têm o hábito de separar seus resíduos sólidos. Mas será que adianta separar o lixo, se não temos lixeiras apropriadas para esse recolhimento, e muito menos um local apropriado para o seu processamento? Às vezes, tem-se a boa vontade, mas o que falta é estrutura para conservar esses bons hábitos. Assim como há uma preocupação com educação, saúde, segurança, também deveria haver uma preocupação com as questões ambientais.
Cada um precisa fazer a sua parte. Por menor que seja sua contribuição, extinguir aquele pensamento de que “se o outro não fizer, eu também não vou fazer”. É preciso pensar que esse bem é para o meio ambiente e, consequentemente, para todos nós.
Infelizmente, algumas indústrias visam ao lucro a qualquer preço, poluem, desmatam, extinguem e não se importam com o dano ambiental e tampouco têm ciência que esse desequilíbrio irá afetar as suas vidas, em um futuro muito próximo. Por isso, fiscalizar e punir é essencial para que se tenha essa preocupação ambiental, pois se a consciência por si só não é despertada, é por meio do “bolso” que, infelizmente, pode-se ou não despertar o interesse pelo meio ambiente onde vivemos e é tão necessário para nossa sobrevivência.
CARINE NIEDERAUER|Graduada em Ciências Biológicas

 Crônica
Educação Ambiental e Meio Ambiente
Bread Soares Estevam [1]

Ainda, predomina em nossa sociedade, uma concepção "conservacionista" de meio ambiente sendo visto ele, somente como "natureza". Essa visão vem cedendo espaço a uma concepção mais abrangente que convencionou a ser denominada de "socioambiental", entendendo o meio ambiente como a interação da natureza e com as sociedades humanas.
O meio ambiente é concebido como produto transformado e habitado pelo ser humano da qual esta espécie é parte integrante do complexo sistema ecológico e cultural que é o Planeta Terra. O ambiente é percebido como um produto gerado e construído pela sociedade ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço.
De acordo com a educadora ambiental Paula Brugger: "... existe um consenso de que o conceito de Meio Ambiente deva abranger uma totalidade que inclui os aspectos naturais e os resultantes das atividades humanas, sendo assim o resultado da interação de fatores biológicos, sociais, físicos, econômicos e culturais".
Paralelamente, conforme o educador ambiental Marcos Reigota, Meio Ambiente é: "um lugar determinado e/ou percebido onde interagem relações dinâmicas e em constante mutação e fusão os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos de transformação da natureza e das sociedades humanas".
Dessa forma, a Educação Ambiental, ao incluir a dimensão social em sua abordagem a cerca do conceito de meio ambiente, passa a considerar os processos sociais como aspectos fundamentais em suas práticas educativas.
A partir dessas considerações, concebemos a Educação Ambiental como um campo de saberes e práticas, princípios e valores que remetem a um projeto de transformação da sociedade em níveis, econômico, político, cultural, social e ambiental, visando construir uma sociedade nos seguintes pilares: desenvolvimento econômico, justiça social, conservação ambiental, preservação do patrimônio cultural e espiritualização psicológica.
Dentro dessa diretriz, as práticas educativas resultantes da Educação Ambiental aqui relatada priorizam a abordagem dos aspectos socioculturais e político-econômicos, inerentes à questão ambiental, buscando o desenvolvimento de uma consciência crítica, comprometida com um projeto de transformação das sociedades humanas.
Ao evidenciar as causas da problemática ambiental e não apenas se deter em suas conseqüências, a Educação Ambiental implica mudança de valores e uma nova visão de mundo, ultrapassando, em muito, o universo meramente da preservação da natureza.
Conforme o educador ambiental Antônio C. Teixeira: "a educação ambiental é um conjunto de ensinamentos teóricos e práticos com o objetivo de levar à compreensão e de despertar a percepção do indivíduo sobre a importância de ações e atitudes para a conservação e a preservação do meio ambiente, em benefício da saúde e do bem-estar de todos".
A Educação Ambiental é um campo do conhecimento que privilegia a construção de práticas que permitem o cidadão a pensar e agir de forma consciente, orientando para o entendimento dos processos interativos entre sociedade e natureza. Ou seja, entendendo o Meio Ambiente como construção da história coletiva dos seres humanos e dos não-humanos, e, assim, podendo desenvolver-se de forma consciente de seu papel nas ações, relações e incursões no meio ambiente.
A Educação Ambiental proposta aqui incorpora valores relativos à proteção socioambiental, ao mesmo tempo em que também considera as questões socioeconômicas e culturais, tendo sua diretriz voltada, prioritariamente, para a construção da identidade do sujeito ecológico, da cidadania socioambiental e de uma "sociedade sustentável". A coluna "Crônica Ecológica" será utilizada como um instrumento de "Educação Ambiental" conforme as diretrizes aqui abordadas.
Notícia

Orçamento do Meio Ambiente para 2011 preocupa, diz ministra

Claudia Andrade

 

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, aproveitou sua participação em uma reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas durante a 16ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-16), em Cancún, no México, para expressar sua preocupação com possíveis cortes no orçamento e sua Pasta para o ano que vem.
"Vou falar com a nova relatora para não haver corte no orçamento do Fundo Clima", anunciou durante a abertura da reunião, da qual participaram representantes do governo, da sociedade civil e do setor privado.
O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima foi regulamentado no final de outubro e prevê um orçamento de R$ 226 milhões para 2011. Desse total, R$ 200 milhões são reembolsáveis, para empréstimos e financiamentos voltados para a área produtiva e o restante ¿a fundo perdido¿ para investimento em pesquisa e avaliação do impacto das mudanças climáticas.
A conversa com a nova relatora do orçamento, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) - que substituiu Gim Argello (PTB-DF) após a renúncia do senador por conta de denúncias -, deverá ocorrer na próxima semana, quando também será realizada outra reunião do fórum, na qual a ministra deve dizer o que ficou acertado.
A preocupação de Izabella tem como base a declaração do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que o Orçamento da União para 2011 sofrerá um corte de R$ 12 bilhões.
"O maior desafio agora é não ter contingenciamento. Se houver, que isso não seja drástico de maneira a impedir esse primeiro passo mais estruturante no funcionamento do fundo".
Convergência
A ministra do Meio Ambiente também defendeu uma maior convergência entre o Fundo Clima e o Fundo Amazônia, que capta doações para investimento em prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento.
"Precisamos mexer nas regras para dar mais celeridade e ser mais flexível. O Fundo Clima não pode ficar limitado às dificuldades que tivemos no início - e ainda temos - no Fundo Amazônia".
Esta semana, a ministra assinou com o governo alemão o contrato de doação de US$ 30,6 milhões para o Fundo Amazônia.

 

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